Sobre a RCC, o irracionalismo e o sentimentalismo dos Católicos Brasileiros.
Por: Vinicius Martinez
"Os brasileiros em geral são cristãos no sentimento, mas não cristãos na Fé." Papa João Paulo II
O Papa quando disse isso, tinha toda a razão, ele fez uma afirmação
extremamente precisa do que acontece no Brasil, assim como também em
muitos lugares pelo mundo, as pessoas em sua maioria, acham que ter fé é
ser sentimentalista, acha que para ter fé é necessário sentir
"experiências místicas", acha que ter fé é ter "experiências com Deus"
--, por meio de músicas e gritarias. A Fé é um Dom de Deus, está infuso
na Alma Humana, o ato de Fé é intelectual, não irracional, não é
crendice, não é algo cego, é a Adesão Intelectual a Revelação Divina.
Três coisas são necessárias para a alimentação da Fé: A graça de Deus, a Oração e o Estudo da Sã Doutrina.
Uma das coisas que mais crítico no movimento RCC é essa
supervalorização dos sentimentos, a supervalorização da agitação e do
barulho, infelizmente um dos efeitos causados pelos movimentos
carismáticos é o irracionalismo -- o fideísmo e o sentimentalismo
fajuto. Pessoas que possuem preguiça e às vezes nojo do estudo da
Doutrina, pessoas que desvalorizam o conhecimento. O pior é quando
querem levar suas maneiras de "exaltar a Deus" -- que é por meio de
orações em línguas, em alto tom, com palmas e danças, para a Santa
Missa, tais coisas são completamente profanas e erradas, é um
desrespeito com a infinita majestade de Deus, a Missa não é Show, é a
Renovação do Sacrifício no Calvário. E, portanto deve ser algo triste e
não alegre, queres fazer festas e comemorações com palmas e orações
altas? Que façam, mas não na Santa Missa.
Objeção a minha crítica a RCC: "A RCC foi apoiada por 5 papas, logo você não deve falar mal dela, pois ela é católica".
Respondo a Primeira Objeção: A RCC foi apoiada sim pelos Papas, mas uma
coisa é apoiar, outra é decretar que tal movimento é Canonizado, e,
portanto isento de qualquer crítica, o movimento da RCC é falho como
qualquer outro, embora seja reconhecido pela Santa Sé, ele é um
movimento que não faz parte das questões de Fé e Moral infalíveis, logo
as críticas podem ser feitas SIM.
Segunda Objeção: "Não há porque
criticar a RCC, ela ajuda tantas pessoas, converte tantas pessoas, ela
ajudou aumentar a minha fé e tals, é um movimento realmente católico e
que só ajuda as pessoas".
Respondo a Segunda Objeção: Primeiro,
volto a dizer que a RCC é um movimento e não um artigo de Fé e Moral
Infalível, logo não é algo que é obrigado que todos aceitem. Segundo:
não é a RCC que converte pessoas, mas é a Verdade que nos encontra,
terceiro, se o seu conceito de Fé, é o sentimentalismo, de "sentir Deus"
de ter experiências por meio das orações altas e músicas em grupo,
então não sabes o que é Fé e, portanto está equivocada. Quarta, a RCC
não é um movimento de origem católica, é um movimento que teve origem na
experiência de alguns jovens (tinham que ser jovens, que em sua maioria
só fazem besteira) -- onde eles se reuniam com protestantes e começaram
a levar isso para as dioceses católicas até que o movimento tornou-se
gigantesco e hoje representa a maioria esmagadora dos católicos. É
evidente que a RCC teve uma origem protestante, negar isso é estupidez
extrema, o próprio estatuto do movimento admite, é um fato histórico, e
quando a Santa Igreja começou a trabalhar o movimento para que ele se
tornasse católico -- aprovado pela Santa Sé -- o magistério sempre foi
claro embora fraco na fiscalização do movimento como um todo, e é devido
a essa fraqueza, que hoje a RCC é repleta de erros grosseiros contra a
Sã Doutrina, levando milhões de pessoas ao erro, inclusive contribuiu
para que muitas pessoas aderissem a heresia pentecostal. A diferença de
um RCCista para um Pentecostal por vezes é que um tem imagens e o terço e
o outro não, mas não deixa de ser trágico saber que a mentalidade, o
comportamento de ambos são semelhantes, quase chegando a igualdade.
Quinto, quantidade não significa qualidade, é evidente que a RCC lota
galpões que são lotados de cadeiras de plástico, mas quantas dessas
pessoas verdadeiramente possuem o mínimo de instrução, quantas dessas
pessoas realmente possuem noção real do sagrado, dos valores, da Sã
Doutrina?
Ademais. -- Não sou romântico e idealista a ponto de
desejar a extinção do movimento da RCC, o que de fato não irá acontecer,
é evidente que o movimento trouxe coisas boas para Igreja, pois de um
mal Deus sempre tira um bem maior, e seria estupidez se esforçar para
que o movimento acabasse de repente, isso não será possível -- entenda
tradicionalista católico: tenha os pés no chão, a RCC existiu e existe e
temos de encarar essa realidade -- fixados no que é possível fazer e
não no ideal que é mero construto do pensamento que por vezes não se
aplica a realidade; os que estão apegados a Tradição -- é minoria
absoluta, quem domina é os carismáticos, diante disso seria falta de
inteligência acreditar que o movimento tradicional tem mais força que o
carismático, diante disso só nos resta o desejo de que a RCC que sim, eu
não apoio, não gosto, sei que está repleto de erros, mas também sei que
está cheio de pessoas de boa índole, mas que estão perdidas pelas
falsas doutrinas, e que portanto merecem e devem ser ajudadas -- aos
poucos -- sendo ensinadas, sendo catequizadas na Sã Doutrina Católica
que reprova completamente essas posições histéricas, fideístas,
sentimentalistas que faz parte do movimento, não nos deve faltar
humildade e verdadeiro desejo de mostrar o que é certo, agora se a
pessoa é daquelas arrogantes que acha que já encontrou a Verdade suprema
por meio do movimento, então não há muito que se fazer, além de
rezarmos por essas pessoas que foram consumidas pelo maldito
sentimentalismo/fideísmo.
Nota Adicional: Devido aos nossos
tempos, onde o analfabetismo funcional reina na mente das pessoas, sou
obrigado a deixar essa nota, dizendo que se por um lado temos um erro
propagado pela RCC que é esse irracionalismo, essa exaltação dos
sentimentos e das "experiências místicas" que é uma ala da Gnose
mística, também tem uma ala da Gnose Racionalista que exalta o
conhecimento e menospreza os mistérios da Fé. Logo também não ignoro o
erro do outro lado, erros são erros e, portanto devem ser combatidos.
Finalizo -- Devemos estudar a Sã Doutrina o tempo inteiro, temos de
querer ser sábios sim, pois como já diria o Filósofo: "Todos os homens
têm, por natureza, desejo de conhecer". Também o Doutor Angélico da
Igreja concorda com que o Filósofo afirma, nenhuma pessoa em sã
consciência deve desejar o estado de ignorância, pois o fim último do
Homem é a contemplação da Verdade, e tal realidade é Intelectual, pois o
Espírito é Intelectual, existiram muitos santos que eram
intelectualmente limitados, mas nenhum deles, jamais desejou serem
ignorantes, eles faziam o máximo que podiam com suas limitações, e se
pudessem, teriam em sua vida aqui na terra, a busca da sabedoria como um
todo. Temos de valorizar a parte espiritual, mas não de maneira
histérica e sentimentalista como muitos fazem, mas a oração que é a
porta de entrada para Deus, pois é onde entramos em nosso Castelo
Interior que é composto de sete moradas, onde na sétima habita a
Santíssima Trindade, como já diria Santa Teresa D'Avila que era uma
mística que tinha diversas experiências verdadeiras com Deus, jamais
aderiu a esse tipo de "experiências" que acontecem na RCC, ela era uma
Santa extremamente discreta e silenciosa, e nos momentos em que era
propicio, era uma santa com grande carisma, era alegre, mas nos momentos
onde é necessário um estado de silêncio, ela em silêncio ficava, é o
caso de estar na Santa Missa, é o caso dela rezar, e assim todo cristão
deve ser, silencioso e discreto, rezando em silencio, e não gritando que
nem um retardado, jogando pérolas aos porcos que verão aquelas pessoas
como loucas.
"As pessoas costumam amar a verdade quando esta as ilumina, porém tendem a odiá-la quando as confronta." Santo Agostinho
"A Fé, sem razão, é nula." Santo Agostinho
"Três coisas são necessárias à salvação do homem, a saber: a ciência do
que se há de crer (Fé), a ciência do que se há de desejar (Esperança), e
a ciência do que se há de operar (Caridade)." Santo Tomás de Aquino
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